Notas sobre uma escolha
Manu e Hugo, com seus filhos Tomé e Nina, numa escolha corajosa deixaram tudo para trás e rumaram para a Chapada Diamantina/BA, em busca de uma vida mais simples e repleta daquilo que é essencial ao coração.
É uma escolha decidir trabalhar 10 horas por dia com o pretexto de garantir todo conforto e garantias para o filho, porque definitivamente uma criança não precisa disso. Não precisa ir para a Disney, ter um celular, computador, três caixas de brinquedos e roupas de marca.
Quem precisa disso são os pais, que em algum momento conceberam a ideia de que isso é amor, é cuidado e é garantia de felicidade - e por mais louvável que seja os esforços e sacrifícios -, uma criação precisa de bem menos. Contato, pele, brincadeiras, atenção e paciência, itens que não estão disponíveis numa prateleira, que não pode ser parcelado no cartão de crédito.
Estamos cercados de confortos e facilidades e almejamos isso para nossos rebentos, mas quando nos perguntamos no final do dia "Sou feliz?", nem todos podem responder sim e uma grande parcela apenas não está mais preocupada com essa questão.
A distância causada pela modernidade é um preço caro a se pagar quando revemos aquilo que um dia ditou o conceito de família. Desacelerar, simplificar e reavaliar é um processo complexo e que muitos ainda não estão preparados para encarar de forma ampla e honesta. Mas mesmo quando incorporamos porções disso em nosso dia a dia, a mudança é notada e os resultados são um bálsamo para relações humanas cada vez mais frágeis.
Talvez, mais do que nunca, esteja na hora de repensarmos a forme em que criamos nossas crianças, inserimos informações e vivenciamos o mundo, porque estamos perdendo adjetivos e valores importantes para uma vida feliz.
Sim, felicidade é mais importante que itens, títulos e aparências.
A Família
Faz exatamente 4 meses a primeira vez que cliquei num link que me levaria ao blog Notas sobre uma escolha e que tocaria profundamente e me apresentaria as reflexões aqui descritas.
Nele consta o relato de Manu e Hugo, com seus dois filhos, Tomé de 2 anos de idade e Nina que na época da mudança ainda habitava o ventre da mãe, com 7 meses. Em julho de 2013 a família escolheu deixar a cidade onde morava, Lagoa Santa/MG e partiram rumo à Chapada Diamantina/BA.
Como dito no primeiro texto no blog "toda escolha é, de alguma maneira, uma troca. É preciso sempre deixar alguma coisa para poder conquistar outra" e assim fizeram. Trocaram as facilidades e distanciamentos da cidade para entrar em contato profundo com a natureza, plantar e colher, saciando não só as necessidades da carne, mas principalmente a fome da alma.
Antes que qualquer crença de acreditar que tal escolha é uma loucura, tudo que importa é ofertado. Há terra para plantio, uma casa simples, mas aconchegante, a saúde fica por conta do SUS, no qual Maridalton pessoalmente foi fazer o cadastro da família e citando Manu "Não somos mais um número de carteirinha, aqui cada pessoa é realmente uma pessoa".
O pequeno Tomé, ainda não vai para escola, uma decisão tomada pelos pais que acreditam não ser necessário, que há amor e oportunidades para que a criança explore suas capacidades com todo o acolhimento necessário na família, mas nem por isso estão isolados. Todos das fazendas de café tem famílias grandes e há crianças por todos os lados para brincadeiras e descobertas.
Apesar de não serem ainda totalmente auto-suficientes e irem ao mercado comprar produtos de higiene e alguns itens que ainda não são plantados, é com orgulho que é informado no blog que quase 70% do lixo produzido pela família é orgânico e com isso a natureza agradece.
Vendo as imagens das hortas, da vida na natureza, de crianças descalças, certa nostalgia me bate ao peito, de uma época de minha infância que corria com uma caneca na mão em busca do leite espumoso e quente que era ordenhado por meio tio. Viver suja de terra, correr atrás de galinha, me fez perceber - juntamente com a história aqui narrada - que estamos sobrecarregados daquilo que não importa.
A alegria de conhecer os vizinhos, trocar um punhado de açúcar foi sendo engolido pela estranheza das edificações, que teceram muros não só em volta de nós, mas dentro do peito, nos cercando em medo e indiferença.
Este texto contém a esperança velada da autora por dias mais simples e sinceros e a breve descrição dessa família que merece aplausos, que pode ser acompanhada no blog pessoal, recheado de fotografias encantadoras.
O Blog: http://notasobreumaescolha.wordpress.com/
Fonte: obvious
É uma escolha decidir trabalhar 10 horas por dia com o pretexto de garantir todo conforto e garantias para o filho, porque definitivamente uma criança não precisa disso. Não precisa ir para a Disney, ter um celular, computador, três caixas de brinquedos e roupas de marca.
Quem precisa disso são os pais, que em algum momento conceberam a ideia de que isso é amor, é cuidado e é garantia de felicidade - e por mais louvável que seja os esforços e sacrifícios -, uma criação precisa de bem menos. Contato, pele, brincadeiras, atenção e paciência, itens que não estão disponíveis numa prateleira, que não pode ser parcelado no cartão de crédito.
Estamos cercados de confortos e facilidades e almejamos isso para nossos rebentos, mas quando nos perguntamos no final do dia "Sou feliz?", nem todos podem responder sim e uma grande parcela apenas não está mais preocupada com essa questão.
A distância causada pela modernidade é um preço caro a se pagar quando revemos aquilo que um dia ditou o conceito de família. Desacelerar, simplificar e reavaliar é um processo complexo e que muitos ainda não estão preparados para encarar de forma ampla e honesta. Mas mesmo quando incorporamos porções disso em nosso dia a dia, a mudança é notada e os resultados são um bálsamo para relações humanas cada vez mais frágeis.
Talvez, mais do que nunca, esteja na hora de repensarmos a forme em que criamos nossas crianças, inserimos informações e vivenciamos o mundo, porque estamos perdendo adjetivos e valores importantes para uma vida feliz.
Sim, felicidade é mais importante que itens, títulos e aparências.
A Família
Faz exatamente 4 meses a primeira vez que cliquei num link que me levaria ao blog Notas sobre uma escolha e que tocaria profundamente e me apresentaria as reflexões aqui descritas.
Nele consta o relato de Manu e Hugo, com seus dois filhos, Tomé de 2 anos de idade e Nina que na época da mudança ainda habitava o ventre da mãe, com 7 meses. Em julho de 2013 a família escolheu deixar a cidade onde morava, Lagoa Santa/MG e partiram rumo à Chapada Diamantina/BA.
Como dito no primeiro texto no blog "toda escolha é, de alguma maneira, uma troca. É preciso sempre deixar alguma coisa para poder conquistar outra" e assim fizeram. Trocaram as facilidades e distanciamentos da cidade para entrar em contato profundo com a natureza, plantar e colher, saciando não só as necessidades da carne, mas principalmente a fome da alma.
Antes que qualquer crença de acreditar que tal escolha é uma loucura, tudo que importa é ofertado. Há terra para plantio, uma casa simples, mas aconchegante, a saúde fica por conta do SUS, no qual Maridalton pessoalmente foi fazer o cadastro da família e citando Manu "Não somos mais um número de carteirinha, aqui cada pessoa é realmente uma pessoa".
O pequeno Tomé, ainda não vai para escola, uma decisão tomada pelos pais que acreditam não ser necessário, que há amor e oportunidades para que a criança explore suas capacidades com todo o acolhimento necessário na família, mas nem por isso estão isolados. Todos das fazendas de café tem famílias grandes e há crianças por todos os lados para brincadeiras e descobertas.
Apesar de não serem ainda totalmente auto-suficientes e irem ao mercado comprar produtos de higiene e alguns itens que ainda não são plantados, é com orgulho que é informado no blog que quase 70% do lixo produzido pela família é orgânico e com isso a natureza agradece.
Vendo as imagens das hortas, da vida na natureza, de crianças descalças, certa nostalgia me bate ao peito, de uma época de minha infância que corria com uma caneca na mão em busca do leite espumoso e quente que era ordenhado por meio tio. Viver suja de terra, correr atrás de galinha, me fez perceber - juntamente com a história aqui narrada - que estamos sobrecarregados daquilo que não importa.
A alegria de conhecer os vizinhos, trocar um punhado de açúcar foi sendo engolido pela estranheza das edificações, que teceram muros não só em volta de nós, mas dentro do peito, nos cercando em medo e indiferença.
Este texto contém a esperança velada da autora por dias mais simples e sinceros e a breve descrição dessa família que merece aplausos, que pode ser acompanhada no blog pessoal, recheado de fotografias encantadoras.
O Blog: http://notasobreumaescolha.wordpress.com/
Fonte: obvious
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